Ontem por volta das 18:30, estudantes da FACISA, UFRN Santa Cruz,
realizaram grande manifesto em prol de melhorias estruturais e acadêmicas. Em
rede social a Coordenadora Geral do Diretório Central dos Estudantes da UFRN,
Daniella Araújo, expõe o pensamento da coletividade acadêmica em desabafo:
“PROTESTO NA FACISA: ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL CADÊ VOCÊ?
Tem gente que ainda não se tocou que o povo está
cansado de demagogias, instrumento de credibilidade comumente utilizado pela
velha classe política para ambições eleitorais.
Na UFRN em Santa Cruz -FACISA não é diferente, os
estudantes sentem na pele o uso eleitoreiro das *bolsas* que deveriam ser
Assistência Estudantil mas, não passam de programas que servem para elastecer
os problemas vésperas as eleições, demonstrando como ainda funciona aquela
velha política dos coronéis que dominavam a região, com aquele toma lá da cá. Assistência estudantil é uma
coisa, assistencialismo barato é outra. A primeira liberta, a segunda
escraviza. Assistência estudantil é direito, não é favor!”
Acadêmicos de todos os cursos ofertados pela instituição tentam
trazer à tona a verdadeira face de uma realidade maquiada mostrando a real
situação dos estudantes nas precárias condições atuais, entre eles a estudante
de Enfermagem Luana Medeiros publica pauta sobre alguns (dos vários) motivos
apontados na realização da manifestação: “Em virtude do descaso ao abandono sofrido pelas
instâncias as quais deveriam nos gerir, formulamos a presente pauta apontando
as reais necessidades nas quais passam despercebidas aos olhos dos que do alto
do poder não conseguem enxergar.
”Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes... III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;...”
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
* AUXILIO ALIMENTAÇÃO
O valor em
repasse (CENTO E CINQUENTA REAIS), é insuficiente para suprir necessidades
básicas nutricionais dos estudantes, pedimos uma avaliação de valores, assim
como maior transparência sobre a regulamentação de data precisa para repasse
deste auxílio estudantil; Além de que, no CERES (Currais Novos e Caicó) o valor
do Auxílio Alimentação é de R$300,00. Por que na FACISA é R$150,00?
*
ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL
Pedimos
maior participação da direção e PROAE na vida estudantil para maior
acompanhamento dos problemas enfrentados tanto em sala de aula, como fora dela
que se entrelaça no ramo acadêmico. Pedimos assistência:
* Para os
estudantes estagiários: Em virtude da necessidade prática dos cursos ofertados
pelo campus, somos lesados financeiramente e moralmente com prejuízos que
cobrem desde a locomoção municipal para os estabelecimentos de saúde, até com o
esgotamento físico/psicológico ocasionado pela falta de centro para descanso e
alimentação extra nos campus localizados em outros municípios, englobando não
apenas residentes, mas todos os alunos do campus que necessitam desta atenção.
* Para os
estudantes de outros municípios que por sua vez, são forçados a passar o dia
fora de suas casas sem nenhum amparo para suas necessidades privativas entre
horários que deveriam ser de descanso para todos os estudantes e funcionários
da instituição;
* Para os
residentes que enfrentam problemas diários que vão desde estrutura física do
prédio até ao prejuízo intelectual por falta da assistência que nos é negada.
*
MANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO
Apesar de
recém-inaugurada, a Residência Universitária já se encontra em estado crítico
resultante do mau planejamento e instalações precárias que se mostram no
decorrer dos ambientes, representando um risco a integridade física e
intelectual dos residentes.
* SEGURANÇA
Pedimos
também maior segurança para o patrimônio e para os estudantes em virtude dos
crescentes assaltos ocorridos pela cidade inclusive aos arredores da
residência. Ano passado, 2013, nos foi prometido verbalmente a instalação de
câmeras de vigilância, assim como disponibilização de armamento para
vigilantes, ainda aguardamos pacientemente por alguma resposta sobre o assunto.
* AUXILIO
TRANSPORTE
Consideramos
a possibilidade de auxilio transporte em virtude da necessidade de novas
vivências acadêmicas assim como para retorno as respectivas cidades de origem,
fazendo parte integral a saúde mental dos estudantes.
*
PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL
Queremos
também maior participação estudantil sobre tomadas de decisões que abordem a
todos para evitar maiores inconveniências, prejuízos esses que vão desde uma
“simples porta de vidro” até na escolha e classificação de professores
substitutos, afinal, esses e muitos outros são assuntos voltados
diretamente ao interesse do corpo estudantil e estamos cansados de embates e
consequências perceptíveis ao longo dos períodos letivos com desfragmentação de
conteúdos e consequente quebra de desenvolvimento intelectual.
* AMPARO
AOS ESTUDANTES
‘Vai e vem’
Chega de sermos tratados como brinquedo de criança, aqui exigimos respeito
pelos superiores, exigimos rapidez na construção de espaço de convivência para
os alunos, exigimos salas de monitoria fixas, exigimos sala para reuniões
(projetos, grupos de estudo), salas abertas antes das aulas, exigimos por fim
espaço para acolhimento, troca de experiências, convivência integrada pois “nem
só de pão vive o homem”, precisamos de relações sociais que transcendam
relações acadêmicas, pois sem isso a universidade deixa de ter esse título para
virar instituição de ordem mecânica, para moldar “peças” e jogá-las no mercado
de trabalho, como exigir de nós, como futuros profissionais de saúde a tão
discutida humanização na assistência se isso passa a distância do modo da
formação a qual é nos fornecida?
* ATENÇÃO
PSICOLÓGICA
Devido ao
modo de vida acadêmico sobrecarregado ao qual estamos inseridos, sem nenhum
aporte emocional, individual ou coletivo.
Contudo, o
que pedimos é o voltar do olhar também para “os marginalizados”, é o escutar da
nossa voz que clama por socorro em condições subumanas as quais nos sufocam e
que em último esforço não nos deixamos oprimir, então imploramos, nos deem voz,
nos deem ouvidos, mas, por favor, não nos tragam mais o silêncio de ações vagas
porque isso já transcende nossa despensa, aliás, é só o que tem lá.”
08 de Maio de 2014